Opinião
O discurso da política, como a Terra, gira em seu próprio eixo
Por Nery Porto Fabres
Professor
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Há tantas formas de se dizer alguma coisa. Há diversos métodos de se disfarçar o que se pretende, de fato, fazer com a mensagem emitida. O locutor que estudou a comunicação humana pode alcançar resultados impressionantes com o poder da oratória, da mesma forma, o escriba pode chegar a um nível de encantamento com as palavras jamais percebível aos olhos dos desatentos.
Porque o discurso bem elaborado é uma arma poderosa que pode modificar toda a estrutura do pensamento do público ouvinte, inclusive sempre foi por meios verbais que se moldou a estratégia de se aprisionar mentes.
Seja pela retórica, sofisma, patrística, ou quaisquer formas de se construir o arranjo discursivo com técnicas de persuasão, convencimento e emotividade calculada. O ser humano é provido de uma capacidade de se permitir ser controlado por outros homens, os quais lhe causem admiração, devoção, subserviência e obediência.
Por este motivo os partidos políticos se ocuparam de encontrar, nas ciências, o material necessário que pudessem entrar na mente humana, isso sem o hospedeiro perceber.
A filosofia, a psiquiatria, a psicologia, somadas às ciências sociais e jurídicas, construíram um arsenal de componentes semanticamente preparados para atuar em campanhas eleitorais.
E por meio de comícios, entrevistas em rádios e TVs, em vídeos distribuídos em canais das redes sociais, foram se instalando as armadilhas para capturar o público alvo que faz o resultado de uma campanha política lograr êxito.
Aí, neste ponto, é que a coisa acontece, justamente onde o internauta está mais vulnerável. Porque ele se isola do mundo real, para se dispor a crer no irreal.
Assim, em pouco tempo, ele passa a ser uma ferramenta que irá divulgar o pensamento de seu voraz comedor de cérebro. Quem nunca recebeu um vídeo por WhatsApp, pelo Facebook, Instagram, etc.?
Pois é! Esses vídeos foram milimetricamente calculados para surtir esse efeito de alcançar os pensadores que nivelam os pensamentos sobre causas que lhes caem bem aos olhos e ouvidos. A maioria reenvia e muitos repassam sem mesmo ler, no entanto são usados para esse fim, divulgação.
Normalmente os mais entusiasmados não entendem nada de nada. A política partidária sabe disso e os usa para somar votos nas urnas. Pois, justamente são os mais entusiasmados quem têm muita facilidade em divulgar os candidatos aos cargos públicos nos pleitos eleitorais.
Eles, por não entenderem nada de nada, divulgam quaisquer mentiras, promessas de campanhas, ideias toscas e ainda falam com muita segurança.
São exatamente os que não buscam o conhecimento que servem os interesses da política das bandeiras que expressam a identidade de determinado grupo.
Com um pouco de atenção se observa as baboseiras que esses políticos simplórios falam. Dia desses lia um texto de um militante exaltando o seu partido.
Ora, as prefeituras estão mergulhadas em dívidas, absorvidas pelo caos financeiro, escandalosamente envolvidas em maracutaias... aí vem um político fazer propaganda da gestão pública de seu partido.
O povo morrendo por falta de atendimento em hospitais públicos, com exames clínicos sem precisão no diagnóstico, agonizando nas mãos dos médicos empossados no SUS... e vem um político passar a conversa mole por meio de ondas de rádio que a população está com o maior índice de qualidade de vida
Enfim, é de cair os butiás do bolso tamanha falta de moral e de ética nestes discursos da política partidária com ideologia filantrópica. Filantropia só da boca pra fora.
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